glioblastoma multiforme

Glioblastoma multiforme: pesquisadores da Santa Casa BH conduzem estudo inédito no Brasil

Publicado em 25/07/2022. Atualizado em 28/09/2023 11:13:53

Glioblastoma multiforme

Assistência aos pacientes, práticas clínicas e gestão hospitalar foram algumas das áreas transformadas durante a pandemia da COVID-19 por meio do uso de soluções tecnológicas.

Quando falamos de tendências de tecnologia na saúde, não pode ficar de fora do radar o desenvolvimento de novas pesquisas e mudanças de curso em tratamentos médicos amparadas pelas soluções tecnológicas. 

Nesse sentido, a Santa Casa BH vem conduzindo uma pesquisa inédita no Brasil para o diagnóstico e tratamento do glioblastoma multiforme –  um tipo agressivo de tumor cerebral –.

A pesquisa recorre a duas tecnologias, que ainda estão em fase de teste, mas que já sinalizam bons prognósticos no tratamento de casos iniciais de glioblastoma multiforme.

Neste artigo, falamos quais são essas tecnologias e como a pesquisa está sendo desenvolvida. Confira! 

 

O que é glioblastoma multiforme

 

O glioblastoma multiforme é um tipo de tumor cerebral, que pertence ao subgrupo dos gliomas. 

Gliomas são tumores cerebrais que se originam das chamadas células da glia, que são células presentes no tecido normal do sistema nervoso e servem para dar suporte aos neurônios, auxiliando sua estruturação e nutrição. 

Este é um tipo de tumor agressivo, classificado como grau IV, pois tem uma grande capacidade de se infiltrar e crescer ao longo do tecido cerebral, e pode causar sintomas como dor de cabeça, vômitos ou convulsões, por exemplo.

A Santa Casa BH, como pioneira na Neurocirurgia, em Minas Gerais, e referência na alta complexidade, conduz uma pesquisa inédita no país, que visa melhorar a qualidade de vida dos pacientes diagnosticados com glioblastoma multiforme. 

 

Estudo inédito pesquisa pacientes com glioblastoma multiforme

 

A pesquisa é conduzida pelo Departamento de Neurocirurgia da Santa Casa BH e pelo Laboratório de Biologia Molecular e Biomarcadores da Faculdade Santa Casa BH, com o apoio do Ministério da Saúde, no âmbito do PRONON (Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica), e da Prefeitura de Belo Horizonte (Secretaria Municipal de Saúde).

O estudo conta com duas frentes de trabalho. A primeira irá utilizar um microscópio de alta tecnologia que detecta fluorescência para visualizar o tumor, o que permite uma remoção mais assertiva. 

A segunda é focada na parte molecular e consiste na detecção precoce da recidiva do tumor –  o retorno do glioblastoma multiforme – por meio do método de biópsia líquida.

 No tópico a seguir, contamos em detalhes quais são elas.

 

 

Microscópio Pentero 800

 

Um dos coordenadores do estudo, o neurocirurgião da Santa Casa BH, Dr. Marcos Dellaretti, explica como funciona o microscópio Pentero 800.

 “Na cirurgia de retirada do glioblastoma dos pacientes voluntários, aplicamos a fluoresceína no momento da indução anestésica e isso gera o mesmo efeito de contraste dos exames de ressonância magnética. O tumor fica amarelo, enquanto o cérebro é branco”, explica.

Com essa delimitação mais clara, é possível aumentar a extensão da remoção, melhorando os índices de retirada e diminuindo as chances de sobrarem resquícios do tumor.

glioblastoma multiforme

Um método seguro, fácil de ser aplicado e que tem se mostrado altamente eficaz. 

De acordo com o médico, essa é uma técnica segura e fácil de ser aplicada, provando ser uma ferramenta importante para a Neurocirurgia, em procedimentos intracranianos. 

Além disso, diversos estudos já indicam que o uso de agentes fluorescentes permite melhores índices de retirada tumoral, especialmente os malignos.

 

Biópsia líquida monitora a recidiva tumoral

 

Na outra ponta da pesquisa, a biópsia líquida visa monitorar a recidiva tumoral nos pacientes operados.

As coordenadoras dessa frente de pesquisa são a docente e pesquisadora Dra. Cristina Moraes Junta, bióloga molecular e geneticista, e a docente e pesquisadora Dra. Renata Simões, biomédica e patologista molecular. 

A técnica molecular consegue identificar o ressurgimento do glioblastoma multiforme precocemente, antes mesmo que ele seja detectável nos exames de imagem.

Dra. Cristina pontua que a biópsia líquida “é um exame com baixa invasibilidade”, já que depende somente da coleta do sangue do paciente. 

“O exame detecta alterações no DNA tumoral circulante presente no plasma sanguíneo, devido ao desprendimento dessas moléculas do tumor sólido”, esclarece.

O resultado positivo indica a volta do glioblastoma e permite, de acordo com a Dra. Renata  “adequar a conduta terapêutica do oncologista”, explica.

 

Mestrado e Doutorado Faculdade Santa Casa BH

 

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